27 de abr. de 2011

O VERDADEIRO AVIVAMENTO TAMBÉM COMEÇA NO TEMPLO

Publicado no boletim IPRibeira em 13/03/2011

    O livro de I Reis (caps. 18-20 e o livro de II Crônicas (caps 29-32) falam de um rei de Judá chamado Ezequias que foi filho do rei Acaz e que reinou sobre Judá por 29 anos, promovendo mudanças que conduziram o povo de volta para Deus. Seu pai foi um rei idólatra que chegou ao ponto de queimar em sacrifício a ídolos os próprios filhos (II Rs 16:1-4; IICr 28:1-4). O seu filho Ezequias porém, começou seu reinado restaurando a Casa de Deus, restaurando o culto, consagrando os sacerdotes, restabelecendo as festas sagradas, as ofertas e os dízimos. Ele tinha apenas vinte e cinco anos quando começou este verdadeiro movimento de reavivamento espiritual (IICr 29:1-3).
    É importante repararmos nas atitudes de Ezequias que nos apontam um caminho seguro para nos reaproximarmos de Deus e experimentarmos o verdadeiro avivamento. Em primeiro lugar, o rei Ezequias mandou abrir o templo (IICr 29:3). Este ato tem um significado todo especial pois o templo era o centro da adoração, confissão e consagração para o povo. Reabrindo as portas do templo Ezequias abria as portas que levavam o povo de Deus de volta à comunhão. Jesus ensinou à mulher samaritana que não existe um lugar determinado para adorar a Deus mas que Ele procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Apesar disto, Deus não destruiu a sua Casa. A Igreja do Senhor é composta por aqueles que foram resgatados da condenação eterna por meio do sacrifício de Cristo Jesus. Esta comunidade de Fé ainda usa o Templo como lugar para se reunir, por isso representa um lugar santo para o povo de Deus estar junto para adorar, louvar, confessar seus pecados, ser edificado pela Palavra e usufruir da comunhão abençoada na unidade do Corpo de Cristo. Restaurar o significado da Casa de Deus é um passo primordial na busca do verdadeiro avivamento.
    Também o rei Ezequias restabelece o culto e a celebração da Páscoa (IICr 29:20 – 30:27). O Templo passa então a ter utilidade. Para ali os sacerdotes e povo de Deus foram convocados para oferecer sacrifícios e celebrar a libertação. Eles se santificaram, abandonaram os ídolos, se purificaram e foram perdoados por Deus (II Cr 30:12-20). Estar na igreja é valorizar a Escola Dominical, as reuniões de estudo bíblico e de oração, o momento de culto, a celebração da Santa Ceia.  O verdadeiro avivamento começa também na liturgia, nas celebrações, nos sacramentos.
    Voltar para o templo só tinha valor com vidas santificadas e consagradas a Deus. O que Deus fez no interior de cada membro do seu povo resultou em alegria (IICr 30:25), mas também em disposição em abandonar o pecado da idolatria (II Cr 31:1). Eles não voltaram para casa enquanto não destruíram todos os altares e lugares de adoração aos ídolos.
    Finalmente, Ezequias regularizou as contribuições para os sacerdotes e levitas. O povo começou a trazer as primícias, os dízimos e as ofertas e foram tão liberais e generosos em doar que houve muita abundância, ao ponto de precisar construir depósitos na Casa de Deus para guardar os montões que resultaram dos dízimos e ofertas (II Cr 31:2-21). A consagração que começa no coração alcança também o bolso. O povo não se mostrou mesquinho em dar o dízimo e as ofertas porque o seu coração já estava convertido inteiramente a Deus.
    O verdadeiro avivamento se comprova no templo de portas abertas, nas práticas litúrgicas, no culto, celebrações, nos sacramentos mas também numa vida santificada, livre de ídolos e nas evidencias externas como dedicação dos dízimos e ofertas.

O CRENTE E O CARNAVAL

(Publicado no boletim IPRibeira em 06/03/2011)
Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam. (ICo 10:23)
    Muitos crentes se perguntam por que não convém freqüentar bailes de carnaval ou brincar nos blocos ou participar das festas deste período. A Bíblia não fala de carnaval e não encontramos um texto que especificamente proíba o crente de brincar o carnaval, o que não significa que não podemos buscar compreensão na Palavra de Deus para saber decidir sobre este assunto.
    Em primeiro lugar precisamos compreender o que significa esta festa popular. A festa carnavalesca surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma. A palavra "carnaval" está, desse modo, relacionada com a idéia de deleite dos prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" do grego significa carne e "valles" significa prazeres. Posteriormente acrescentou-se a tradição das fantasias e do uso de máscaras, para que não se identificassem as pessoas.
    Essencialmente o carnaval é uma festa de sensualidade, que as pessoas liberam-se das convenções. Muitos saem em busca de experiências amorosas passageiras, somente para satisfazer os desejos. É conhecida a expressão “amor de carnaval”, aquele que termina na quarta feira de cinzas. É comum as mulheres mostrarem mais o seu corpo através de fantasias provocantes para que os homens as apreciem. Festeja-se nem tanto a liberdade e mais a libertinagem. É também período obrigatório de consumo de bebidas alcoólicas e outras drogas, como forma comum de se buscar a alegria e a descontração. Também por conta dos exageros alcoólicos o descontrole é generalizado, levando a brigas e, não raro, violência e vandalismo. É sempre a época do ano de maior movimento nas emergências dos hospitais onde se atendem os esfaqueados, baleados, vítimas de acidentes de carro, quase sempre motivados pela perigosa mistura álcool e direção.
    Todo este clima, esta busca de prazeres carnais evidentemente não combina com as motivações e princípios da vida cristã. O inimigo arrasta multidões que buscam se liberar e cair na folia, bem longe de qualquer observação de Deus, como se procurassem se esconder dEle. O crente no entanto não tem interesse em sair da presença do Senhor. Ele sabe que sua vida tem coerência, não zomba de Deus se misturando com o pecado e licenciosidade. A alegria que tem não depende do consumo de substâncias que alterem o seu estado normal, ela vem de dentro e não tem fim. Seus momentos de laser e descontração não são impregnados pelo pecado e a vontade de satisfazer a carne.
    A recomendação bíblica é bem clara quanto ao que devemos evitar: “A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e vistamo-nos a armadura da luz. Comportemo-nos com decência, como quem age à luz do dia, não em orgias e bebedeiras, não em imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne” (Rm 13:12-14 NVI) “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não provém do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”. (IJo 2:16 NVI).
    Não podemos em momento nenhum esquecer que somos do Senhor e vivemos para agradá-lo. O mundo nos apresenta muitas tentações para nos arrastar, mas o que vai realmente permanecer eternamente é a nossa comunhão com Deus.