Publicado no boletim IPRibeira em 13/03/2011
O livro de I Reis (caps. 18-20 e o livro de II Crônicas (caps 29-32) falam de um rei de Judá chamado Ezequias que foi filho do rei Acaz e que reinou sobre Judá por 29 anos, promovendo mudanças que conduziram o povo de volta para Deus. Seu pai foi um rei idólatra que chegou ao ponto de queimar em sacrifício a ídolos os próprios filhos (II Rs 16:1-4; IICr 28:1-4). O seu filho Ezequias porém, começou seu reinado restaurando a Casa de Deus, restaurando o culto, consagrando os sacerdotes, restabelecendo as festas sagradas, as ofertas e os dízimos. Ele tinha apenas vinte e cinco anos quando começou este verdadeiro movimento de reavivamento espiritual (IICr 29:1-3).
É importante repararmos nas atitudes de Ezequias que nos apontam um caminho seguro para nos reaproximarmos de Deus e experimentarmos o verdadeiro avivamento. Em primeiro lugar, o rei Ezequias mandou abrir o templo (IICr 29:3). Este ato tem um significado todo especial pois o templo era o centro da adoração, confissão e consagração para o povo. Reabrindo as portas do templo Ezequias abria as portas que levavam o povo de Deus de volta à comunhão. Jesus ensinou à mulher samaritana que não existe um lugar determinado para adorar a Deus mas que Ele procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Apesar disto, Deus não destruiu a sua Casa. A Igreja do Senhor é composta por aqueles que foram resgatados da condenação eterna por meio do sacrifício de Cristo Jesus. Esta comunidade de Fé ainda usa o Templo como lugar para se reunir, por isso representa um lugar santo para o povo de Deus estar junto para adorar, louvar, confessar seus pecados, ser edificado pela Palavra e usufruir da comunhão abençoada na unidade do Corpo de Cristo. Restaurar o significado da Casa de Deus é um passo primordial na busca do verdadeiro avivamento.
Também o rei Ezequias restabelece o culto e a celebração da Páscoa (IICr 29:20 – 30:27). O Templo passa então a ter utilidade. Para ali os sacerdotes e povo de Deus foram convocados para oferecer sacrifícios e celebrar a libertação. Eles se santificaram, abandonaram os ídolos, se purificaram e foram perdoados por Deus (II Cr 30:12-20). Estar na igreja é valorizar a Escola Dominical, as reuniões de estudo bíblico e de oração, o momento de culto, a celebração da Santa Ceia. O verdadeiro avivamento começa também na liturgia, nas celebrações, nos sacramentos.
Voltar para o templo só tinha valor com vidas santificadas e consagradas a Deus. O que Deus fez no interior de cada membro do seu povo resultou em alegria (IICr 30:25), mas também em disposição em abandonar o pecado da idolatria (II Cr 31:1). Eles não voltaram para casa enquanto não destruíram todos os altares e lugares de adoração aos ídolos.
Finalmente, Ezequias regularizou as contribuições para os sacerdotes e levitas. O povo começou a trazer as primícias, os dízimos e as ofertas e foram tão liberais e generosos em doar que houve muita abundância, ao ponto de precisar construir depósitos na Casa de Deus para guardar os montões que resultaram dos dízimos e ofertas (II Cr 31:2-21). A consagração que começa no coração alcança também o bolso. O povo não se mostrou mesquinho em dar o dízimo e as ofertas porque o seu coração já estava convertido inteiramente a Deus.
O verdadeiro avivamento se comprova no templo de portas abertas, nas práticas litúrgicas, no culto, celebrações, nos sacramentos mas também numa vida santificada, livre de ídolos e nas evidencias externas como dedicação dos dízimos e ofertas.
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