Mateus 8.18,23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25
Mc 4:35-41:Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes Jesus: Passemos para a outra margem.
E eles, despedindo a multidão, o levaram assim como estava, no barco; e outros barcos o seguiam.
Ora, levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de água.
E Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe disseram: Mestre, não te importa que pereçamos?
E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se grande bonança.
Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não tendes fé?
E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?
INTRODUÇÃO
O Mar da Galiléia, também conhecido como lago de Tiberíades, tem cerca de 21 km de comprimento por 12 km de largura, fica a 200m abaixo do nível do mar. Recebe águas vindas do monte Hermon e está cercado de outros montes. É comum acontecerem ali tempestades repentinas, fruto do choque dos ventos frios vindos das montanhas com o ar quente da superfície do lago.
A tempestade assusta e traz medo até mesmo aos pescadores mais experientes. Uma travessia rotineira pode transforma-se num grande desafio de fé. Eles enfrentariam outra tempestade, quando Jesus vai ao encontro deles andando sobre as águas (Mt 14:22-33; Mc 6:45-51; Jo 6:15-21)
Marcos e Lucas situam o episódio após o ensino de Jesus através de várias parábolas (Mc 4:1-34, Lc 8:4-21). Ao que tudo indica, os discípulos não fortaleceram sua fé com o ensino de Jesus. Mateus no mesmo capítulo (8:5-13) descreve o milagre da cura do servo do centurião, exemplo de um homem de grande fé.
Jesus dá provas de sua natureza terrena, estando sujeito à exaustão de um dia inteiro ensinando e curando a muitas pessoas.
Marcos registra outras censuras de Jesus aos seus discípulos: 4.13,40; 7.18; 8.17s,21,33; 9.19. Todas apontam as suas dúvidas quanto ao senhorio de Cristo.
LIÇÕES QUE O MILAGRE NOS ENSINA
1. As tempestades não aparecem somente quando desobedecemos a Deus. Jonas enfrentou uma tempestade em sua desobediência para que pudesse voltar para Deus (Jn 1:4-17). Os discípulos enfrentaram a tempestade tendo o Filho de Deus no barco, participando do seu ministério.
2. O maior perigo não era o vento e nem as ondas, mas a incredulidade do coração dos discípulos. O nosso maior problema muitas vezes está dentro de nós mesmos. Jesus lhes repreendeu a pequena fé, pois eles já tinham visto tantos milagres, mas ainda não acreditavam. O medo decorrente da incredulidade os fez questionar se Jesus, de fato, se importava. Portanto, tome cuidado com o “perverso coração de incredulidade” (Hb 3:12);
3. Os discípulos tinham pelo menos três bons motivos para não terem medo, apesar da situação tão ameaçadora:
a. Tinham a promessa de Jesus de chegarem ao outro lado (Mc 4:35). Não prometeu uma viagem fácil e sim que chegariam ao outro lado;
b. Jesus estava com eles. Poderiam ter certeza que o Mestre saberia lidar com aquela situação. Como diz a letra de um cântico: “com Cristo no barco tudo vai muito bem”;
c. Mesmo no meio da tempestade Jesus estava absolutamente tranquilo. Deveriam seguir seu exemplo. Jesus fazia a vontade do Pai e sabia que Deus estava cuidando dele. “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro” (Sl 4:8). Jonas, no entanto, dormiu durante a tempestade com uma falsa sensação de segurança: dormia o sono dos descuidados
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