Cresceram os meninos. Esaú saiu perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, homem pacato, habitava em tendas. Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó. (Gn 25:27,28)
Jacó era filho de Isaque, neto de Abraão e era irmão gêmeo de Esaú, porém Esaú era o primogênito, porque nasceu primeiro. Jacó teve doze filhos: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, José, Benjamim, Dâ, Naftali, Gade e Aser.
Na sua família vemos algo negativo se repetir em duas gerações, a preferência por um dos filhos. Jacó era o preferido de Rebeca, sua mãe e Esaú, seu irmão, o preferido de Isaque, seu pai (Gn 25:28). A mesma história acontece com Jacó em relação aos seus filhos, pois ele tinha predileção por José (Gn 37:3). José dava notícias ao pai sobre o que seus irmãos faziam (Gn 37:2), provavelmente contando a sua versão. Ele também recebia presentes especiais de seu pai (Gn 37:3). O resultado disso foi ódio e uma conspiração entre os irmãos para matar José (Gn 37:4, 18). Quando há tratamento privilegiado os filhos desprezados crescem como baixa autoestima, provocando problema de relacionamento para toda a vida.
Jacó teve seus erros, mas também seus acertos. No reencontro com seu irmão Esaú, apresentando sua família, ele faz uma declaração que demonstra a visão que tinha dos seus filhos: “Respondeu-lhe Jacó: Os filhos com que Deus agraciou a teu servo” (Gn 33:5b). Ele sabia que os filhos são concedidos por Deus e que devemos lhe dar contas da educação que lhes damos, como bons mordomos. Quando desenvolvemos a visão de que os filhos não são nossos, mas concedidos por Deus, não sofremos tanto na hora de partirem para constituir suas famílias, ou saem para tentar a vida longe de casa.
Outro exemplo positivo de Jacó foi o empenho que demonstrou no final de sua vida, já debilitado pela doença, procurando abençoar cada um de seus filhos (Gn 49:28).
Muito mais do que se utilizar do hábito de dizer “Deus te abençoe, meu filho”, temos outras maneiras de abençoar nossos filhos, expressando amor por eles. Gary Chapman, conselheiro matrimonial reúne cinco formas de comunicarmos nosso amor por nossos familiares: 1- Com palavras de afirmação. Não podemos o tempo todo ter somente palavras de repreensão e crítica. Precisamos demonstrar mais apreciação por nosso cônjuge e por nossos filhos, com elogios e palavras de encorajamento; 2- Qualidade de tempo. Mesmo que sejamos pessoas muito ocupadas, o tempo que dispomos para estar com nossos familiares precisa ser de qualidade, completamente dedicado a eles, ouvindo-os, participando de suas atividades; 3- Entregar presentes. O importante não é o valor monetário, mas o valor emocional. Quem os recebe percebe que lhe amamos e valorizamos; 3- Formas de servir. Demonstramos amor fazendo coisas que nossos familiares apreciam. Uma comida preferida, ajudar nas tarefas domésticas ou nos trabalhos da escola. Existe sempre uma tarefa que pode ser feita em auxílio do outro; 5- Toque físico. Todos os meios anteriores podem não satisfazer as necessidades emocionais. Porém, com beijos, abraços e aconchego abençoamos nosso cônjuge e nossos filhos com amor verdadeiro.
Os personagens bíblicos eram pessoas com qualidades e defeitos. Podemos aprender muito, evitando o que fizeram de errado e copiando seus acertos.
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