Publicado no boletim da IPRibeira - 27/06/2010
O mundo inteiro viu o gol de Luis Fabiano na partida contra a Costa do Marfim. Uma bonita jogada, com dois chapéus sobre os adversários culminando com um chute certeiro que finalizou em gol. Pena que ficou a dúvida sobre a condução feita com o braço e com a mão no meio da jogada. O que uma das muitas câmeras espalhadas pelo campo também mostrou foi o rápido diálogo de Luis Fabiano com o árbitro francês após o gol. Pelas imagens temos a impressão que o juiz pede a confirmação do jogador se a bola não havia tocado a sua mão ou o braço, ao que o atleta nega imediatamente.
Sabemos que o gol já estava confirmado e não seria anulado, sabemos também que existia a dificuldade de comunicação por não falarem a mesma língua. Seria difícil explicar que o toque foi involuntário. No final fica a dúvida: foi intencional ou foi realmente involuntário?
Este episódio nos faz pensar sobre a maneira como reagimos diante situações de pressão no dia a dia. Falar a verdade e assumir a responsabilidade pelos próprios atos, não deixar dúvidas sobre suas verdadeiras intenções, pode ser difícil em determinadas circunstâncias.
Como discípulos de Cristo, em um mundo corrupto e corruptor, somos pressionados o tempo todo a deixarmos de lado valores éticos para tentar acomodar as coisas, o famoso jeitinho. Fazer o que todo mundo faz é uma grande tentação. “A verdadeira integridade implica em você fazer o que é certo quando ninguém está olhando ou quando todos estão transigindo” (Charles R Swindoll). Cada dia que passa fica mais necessário assumirmos uma vida de integridade para não sermos tragados pela corrente que conduz pelo caminho largo.
Integridade é a qualidade daquele que está inteiro, que não sofreu qualquer diminuição. É ser completo, intacto. O Salmo 15 nos ensina que a integridade e a verdade são marcas daquele que vai morar com Deus: “Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo? Quem há de morar no teu santo monte? O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade” (Sl 15:1,2). O Rev. Ricardo Barbosa declara: “Talvez a maior crise do cristianismo ocidental contemporâneo seja a crise de integridade, a incapacidade de integrar aquilo que cremos com a realidade e a forma como vivemos. Parece que existe entre nós uma falsa premissa de que, se temos uma boa música, temos uma boa adoração; se temos uma boa doutrina, temos uma boa espiritualidade; se temos um bom programa eclesiástico, temos uma missão, e por aí vai”
É terrível quando confundimos freqüência na igreja com vida de santidade; momento de louvor com vida de Louvor; momento de dedicação com vida de fidelidade. O que fazemos dentro das quatro paredes do templo é uma preparação para a prática diária da vida cristã que se caracteriza por ser sal e luz no mundo.
Cremos que um dos maiores exemplos de integridade na Bíblia é a vida de Daniel. Ele tomou a firme resolução de não se deixar contaminar (Dn 1:8). Aprendemos assim, que integridade é uma opção de vida, uma conduta que se assume como padrão. Porém, ele não estava sozinho, não dependia apenas do seu esforço, mas contava com a misericórdia de Deus: “Ora, Deus concedeu a Daniel misericórdia e compreensão da parte do chefe dos eunucos”. Se o Senhor não tivesse interferido de nada adiantaria toda a atitude resoluta de Daniel, uma hora ele iria cair.
Nas horas em que você for pressionado para tomar o caminho largo, lembre-se de orar e pedir a graça de Deus para manter resolutamente a decisão de não se contaminar com a dissimulação, o jeitinho, a corrupção. Lembre-se: ser íntegro é uma opção de vida é o padrão da vida de quem leva a Bíblia a sério.
Rev. Tiago Silveira
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