Ele te declarou, ó homem, o
que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a
misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus (Miquéias 6:8)
O nome Miquéias foi traduzido do hebraico “Mi qah yah
– “Quem é como Yaveh”. Ele nasceu na Judeia, em Moresete-Gate (1:1), profetizou
em Jerusalém e era jovem contemporâneo
de Isaías (1.1; Is 1.1). Como contemporâneo de Isaías, de Oseias
e de Amós, ele trabalhou na última metade do século 8 antes de Cristo. Sua
cidade não tinha nenhuma relevância política. Miqueias não nasceu num grande
centro urbano nem tinha familiaridade com os poderosos de sua época. Ele
falava, porém, no poder do Espírito Santo (3:8). Deus não precisa de estrelas
para levar adiante a sua causa. Talvez um dos mais graves pecados da igreja
contemporânea seja o fato de que muitos pregadores e cantores são tratados como
astros, como estrelas.
Miquéias profetizou durante um período de 40 anos e
viu o crescimento do império da Assíria dominando todo o mundo. Os tempos eram
difíceis, mas havia uma classe de comerciantes e donos de terras que prosperava
na cidade às custas da exploração do trabalho dos pobres que migravam do campo
para a área urbana.
Nos capítulos 1 e 2 o profeta aponta a corrupção nas
cidades de Samaria, capital do Norte e Jerusalém, capital do Sul, prevendo a
sua ruina (1:5,6). Nessas cidades existia idolatria, prostituição, opressão e
várias formas de injustiça (1:7). A mesma situação encontramos hoje nas grandes
cidades. Imoralidade, injustiça, violência, impunidade e muito mais.
As autoridades civis e religiosas estavam
corrompidas. A opressão do povo era conduzida pelos príncipes (cabeças e
chefes). Eram gananciosos e cobiçavam casas e propriedades e as tomavam
(2:1,2). Eles aborreciam o bem e amavam o mal, trazendo sofrimento ao povo
(3:1-3). Os que deveriam julgar eram subornados e os profetas e sacerdotes eram
comprados (3:5, 11). Hoje encontramos a mesma situação. Políticos sendo presos
por corrupção, juízes que vendem sentenças, falsos pastores enganando o povo em
troca de dinheiro e profetas da prosperidade.
O povo também estava corrompido. Miquéias denuncia a
existência de balanças adulteradas (6:11,13). Não se podia confiar em ninguém
(7:5). A família estava destruída (7:6). Hoje também existem negócios ilícitos,
funcionários corruptores, mentira e falsidade crescendo em todo lugar, famílias
se desintegrando.
Tanto Israel como Judá conheciam
a Lei, mas não estavam cumprindo na prática, apenas na aparência exterior. Uma
religião de fachada não promove mudanças na sociedade. Em 6:8, Miquéias
apresenta um modelo de religião e vida que Deus espera do seu povo e que se
aplica a nós, cristãos: 1- Praticar a
justiça – Viver a ética cristã no dia a dia, defender a verdade, não
explorar o próximo, pagar o que é devido, não usar de falsidade; 2- Amar a misericórdia – Agir com
generosidade e bondade. Promover a reconciliação, praticar o perdão, amar
desinteressadamente; 3- Andar
humildemente com Deus – Hoje as pessoas querem ser independentes de Deus,
viver conforme seu modo de pensar e superiores ao seu semelhante. Precisamos
aceitar que não conseguiremos cumprir nada do que Deus requer de nós se não nos
achegarmos a Ele como pecadores carentes de salvação.
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