30 de jun. de 2015

EVIDÊNCIAS DA CONVERSÃO - 01

(Publicado no boletim da IP Ribeira em 28/06/2015)

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2Co 5:17)

Vamos começar hoje uma série de mensagens e pastorais falando sobre este tema, os sinais, as características, a certeza que podemos ter de que determinada pessoa realmente se converteu, ou seja, é uma nova criatura.
A primeira evidência é a mudança. O texto bíblico nos indica que estar em Cristo significa ser uma nova criatura. Aqui comprovamos o que o Senhor Jesus já havia dito a Nicodemos, sobre a necessidade de nascer de novo (Jo 3:3). Nascer de novo, ser nova criatura, são expressões que nos falam de mudança radical. Assim como o que nos fala o Apóstolo em Ef 2:1,5, nos ensinando que antes estávamos mortos em delitos e pecados e Deus nos deu Vida.
Essa mudança se evidencia no comportamento. A pessoa que nasceu de novo, que estava morto e recebeu a vida de Deus, pensa, age e fala de modo diferente. Todos notam a mudança. É alguém que não sente mais prazer, que não tem mais interesse, que não se pronuncia da mesma forma que no passado. Quem roubava, não rouba mais (Ef 4:28), quem mentia não mente mais (Ef 4:25), quem fazia a vontade da carne, não faz mais (Ef 2:3). Esta mudança é a evidência da obra de regeneração que é feita pelo Espírito Santo. O pecador se arrepende das suas obras do passado e passa a viver diferente por uma motivação interna que é promovida pelo Espírito de Deus.
A palavra conversão vem do grego “metanoia” que significa “mudança de direção”, “mudança de mente”. O convertido mudou de direção, ia para longe de Deus porque estava vivendo no pecado e agora vai na direção contrária, na direção de Deus, chegando cada vez mais perto dEle. Veja o exemplo de mudança de vida no próprio Apóstolo Paulo, que era perseguidor da Igreja e passou a ser perseguido (compare At 8:3 e 2Co 11:24-26).
O ensino da Bíblia é bem claro a esse respeito e temos condições de medir os resultados da ação do Espírito em nossas próprias vidas. Muitas vezes as mudanças acontecem gradualmente, mas acontecem. Em outras pessoas é instantâneo. Não importa o tempo, mas uma coisa é certa, o desejo de estar no mundo, vivendo na prática do pecado estará para sempre no passado.

22 de jun. de 2015

DUAS BATALHAS

    (publicado no boletim da IP Ribeira em 21/06/2015)
    
 
    A segunda batalha acontece em um momento muito diferente. O capítulo sete nos fala que Samuel havia reunido todo o povo e os tinha exortado a abandonar a idolatria e se dedicar totalmente ao Senhor (1Sm 7:3). Eles obedeceram esta palavra e abandonaram os falsos deuses, receberam a oração de Samuel, jejuaram, confessaram os seus pecados e renovaram a aliança com Deus. O resultado é que os filisteus saíram correndo, foram derrotados e nunca mais voltaram enquanto Samuel liderava (1Sm 7:10,13).
    Existem duas formas de enfrentar as batalhas do dia a dia. Uma achando que Deus está conosco, mas ao mesmo tempo manter o pecado e viver uma religiosidade vazia, sem ouvir a voz de Deus, mantendo uma espiritualidade de fachada. Esta atitude não garante nenhuma vitória, ao contrário, é porta aberta para derrotas. A segunda forma é através da oração, do arrependimento e confissão de pecados e renovação da aliança com Deus. Desta forma as portas estão abertas para as vitórias e o Senhor estará batalhando por nós.
O livro nos informa também que Israel vivia um tempo de apostasia. Não se ouvia a voz de Deus e os sacerdotes eram corruptos (1Sm 2:12, 22; 3:1). Vemos que na primeira batalha havia muita animação, tanta que chegou a assustar os filisteus (1 Sm 4:5-7). Israel se animava na batalha porque tinha mandado trazer a arca da aliança para o meio deles e os sacerdotes Hofni e Finéias estavam ali também com a arca (1Sm 4:4). Parecia que tudo iria dar certo: havia animo e pensavam que Deus estava presente, pois a arca e os sacerdotes estavam ali. No entanto, os inimigos se fortaleceram, os israelitas foram derrotados e foi grande a mortandade. A arca foi roubada pelos Filisteus e os sacerdotes foram mortos (1Sm 4:11). O pai deles, o sumo sacerdote Eli, morreu ao receber a notícia (1Sm 4:17,18). A mulher de Finéias estava grávida e deu a luz ao receber a notícia e deu o nome ao menino que nasceu de “Icabode” que significa “não há glória”, porque a arca do Senhor fora tomada.
No tempo de Samuel os Filisteus eram a pedra no sapato que incomodava o povo de Israel. O livro de 1 Samuel registra duas batalhas que o povo de Deus travou contra os Filisteus. Uma está registrada no capítulo 4 e diz que ali eles foram derrotados e morreram primeiro quatro mil homens e depois trinta mil.

11 de abr. de 2015

O DIAGNÓSTICO QUE JESUS FAZ DA IGREJA

Excelente mensagem do Rev. Hernandes Dias Lopes. Qual o diagnóstico que Jesus está fazendo de você?
Apocalipse 1:9-13

7 de fev. de 2015

O LIVRO DE SALMOS


Os nomes “Salmos” e “Saltério” provêm da Septuaginta (tradução grega do AT); a princípio se referiam a instrumentos de cordas (como harpa, lira e alaúde) e posteriormente a cânticos acompanhados por esses instrumentos. O título hebraico tradicional é tehillim “louvores”.
O Saltério é compilação de várias coletâneas e representa a etapa final de um processo que levou séculos. Ganhou sua forma final nas mãos dos funcionários pós-exílicos do templo, que o completaram provavelmente no séc. III a.C. Nessas condições, servia de livro de orações (orações, louvores e instrução religiosa) para o segundo templo (o de Zorobabel e o de Herodes) e para uso nas sinagogas.
O livro é composto de cinco volumes e cada um termina com uma doxologia: Livro 1: 1-41; Livro 2: 42-72; Livro 3: 73-89; Livro 4: 90-106; Livro 5: 107 – 150. (Outros exemplos de “doxologia”: Rm 11:36; Ef 3:21; ITm 1:17)

AUTORES: Em geral são atribuídos a Davi - 73, Asafe - 12, os filhos de Coré - 11, Salomão - 2, Hemã - 1, Etã - 1, Moisés - 1, Ageu - 1, Zacarias - 1, Esdras – 1, os demais são anônimos.

TEMAS
Os salmos são expressões dos mais diversos sentimentos dos autores diante de Deus. Demonstram medo, decepção (inclusive com Deus), alegria, júbilo, arrependimento, confiança etc.
“Os Salmos não são pronunciamentos do alto, apresentados com autoridade apostólica em questões de fé e prática. São orações pessoais em forma de poesia, escrita por uma variedade de pessoas – camponeses, reis, músicos profissionais, amadores [...] O livro de Salmos dá exemplos de pessoas comuns, lutando freneticamente para harmonizar a crença que nutrem a respeito de Deus com o que estão experimentando no dia a dia” (Philip Yancey – A Bíblia que Jesus lia, Ed. Vida)

CARACTERÍSTICAS COMUNS DA POESIA HEBRAICA:
PARALELISMO:

Paralelismo sinônimo (ou sinonímico) – Repetição do mesmo pensamento ou pensamento similar.
Sl 19:1: Os céus proclamam a Glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Sl 24:1: Ao SENHOR pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam.

Paralelismo antitético – As duas linhas apresentam um contraste entre si. A conjunção “mas” nos dá a dica.
Sl 1:6: Pois o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios perecerá;
Sl 10:2: Os tesouros da impiedade de nada aproveitam, mas a justiça livra da morte;
Pv 10:1-32

Paralelismo sintético – A segunda linha completa uma ideia que a primeira deixa em aberto. Criam relação de causa e feito.
Sl 1:3: Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo dá o seu fruto e cuja folhagem não murcha;
Sl 19:7,8: A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.

ACRÓSTICO – Poemas alfabéticos onde cada linha inicia com uma letra diferente do alfabeto hebraico (22 letras). No Salmo 119 cada letra do alfabeto inicia oito linhas sucessivas antes de passar à próxima. Um exemplo clássico é o livro de Lamentações de Jeremias. Cada capítulo possui 22 versos e cada verso inicia com uma letra do alfabeto hebraico na ordem. A exceção é o cap. 3, com 66 versos.

DIFERENÇA DE NUMERAÇÃO ENTRE A BÍBLIA PROTESTANTE E A BÍBLIA CATÓLICA
A Bíblia católica tem origem na Septuaginta (tradução para o grego) Nesta versão alguns salmos foram reunidos e outros divididos. Assim ficou a seguinte diferença:
BÍBLIA PROTESTANTE    BÍBLIA CATÓLICA
Sl 9 e 10                                Sl 9
Sl 114 e 115                          Sl 113
Sl 116                                    Sl 114 e 115
Sl 147                                    Sl 146 e 147

16 de jan. de 2015

A PURIFICAÇÃO DE UM LEPROSO


Mateus 8.2-4; Marcos 1.40-45; Lucas 5.12-16

INTRODUÇÂO
O Cap. 13 de Levítico apresenta várias orientações aos sacerdotes para lidar com doenças de pele que eram classificadas como lepra. Por falta de maior conhecimento, muitas doenças de pele eram vistas como contagiosas e exigiam isolamento, nem todas eram o que conhecemos hoje como hanseníase. O leproso vivia isolado das pessoas, do lado de fora da cidade, era considerado imundo. Tinha as vestes rasgadas, o cabelo desgrenhado e deveria gritar “imundo, imundo” quando alguém se aproximasse para não contaminar as pessoas (Lv 13:45,46).
A Bíblia registra vários casos de lepra, doença comum, assim como a cegueira - Miriam foi atacada de lepra por falar mal de Moisés (Nm 12:1-15); Naamã é curado da lepra através de Eliseu e Geazi fica leproso (II Rs 5); Ainda no tempo de Eliseu, quatro leprosos salvam Samaria (II Rs 7:3-11); O rei Uzias que se exaltou e foi ferido de lepra (IICr 26:16-23); Jesus curou 10 leprosos e somente um, que era samaritano, retornou para agradecer (Lc 17:11-19);
Durante muitos anos a lepra foi um grande problema de saúde pública. Havia hospitais que serviam para tratar exclusivamente os pacientes deste mal, eram chamados leprosários. Hoje não é mais utilizado este termo, que acabou estigmatizando muitas pessoas. A doença é conhecida como hanseníase, provocada por uma bactéria (Mycobacterium leprae) que foi identificada em 1873 pelo cientista norueguês Armauer Hansen. A bactéria ataca a pele e nervos periféricos, é transmitida pelas vias aéreas (secreções nasais, gotículas da fala, tosse, espirro). Em estágios avançados pode provocar a perda dos dedos das mãos e outras partes do corpo.
Hoje existe tratamento e a hanseníase pode ser curada. É importante que o paciente procure tratamento logo que verificar alguma mancha na pele.

LIÇÕES QUE O MILAGRE NOS ENSINA
1.    A lepra é usada por Isaías como imagem do pecado (Is 1:4-6). Assim como a lepra, o pecado: a) começa leve e, com o tempo, se alastra profundamente; b) Não pode ser tratado superficialmente (Jr 6:14); c) na medida que se espalha também contamina outros; d) Assim como as roupas dos leprosos eram queimadas (Lv 13:52) tudo que procede do pecado não serve para nada, deve ser eliminado.
 

2.    A Fé em Jesus fez o leproso quebrar o isolamento e se prostrar aos pés de Jesus. O Mestre toca no doente, ficando cerimonialmente impuro, ilustrando o que fez por nós, fazendo-se pecado para que fossemos purificados (II Co 5:21; I Pe 2:24).
 

3.    “Se quiseres, podes purificar-me...” – A frase demonstra a Fé, mas também a dependência do querer de Deus (Dn 3:17,18)
 

4.    “Quero” – Jesus declara sua vontade e determina o tempo que o leproso seria curado.
 

5.    A cura não eximia o homem de sua responsabilidade perante a lei. Ele deveria viajar até Jerusalém para oferecer os sacrifícios e todo o ritual requerido (Lv 14:4-32)
 

6.    “Olha, não digas a ninguém...” – Além de não desejar publicidade naquele momento, Jesus esperava que o homem fosse declarado purificado pelo sacerdote, antes de mostrar-se às outras pessoas.