Veio, pois, a palavra do SENHOR, por intermédio do
profeta Ageu, dizendo: Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas,
enquanto esta casa permanece em ruínas? (Ag 1:3,4)
O
fundo histórico das profecias de Ageu está em Ed 1-7. Sob o decreto de Ciro os
judeus começaram a retornar à sua terra depois dos 70 anos no exílio (Ed 1 e
2). O primeiro grupo foi sob a liderança de Zorobabel, o governador e Josué, o
sumo sacerdote. Nesta época foram lançados os alicerces para a reconstrução do
templo. Com a interferência dos samaritanos as obras foram interrompidas por
meio de decreto e permaneceram paradas por 16 anos, até o reinado de Dario, que
publicou decreto permitindo a conclusão da obra. Neste tempo, no entanto, o
povo tinha se tornado indiferente e egoísta, ocupados em adornar as suas
próprias casas, deixaram a Casa do Senhor de lado. O castigo se abateu sobre
eles na forma de seca e esterilidade. Ageu foi usado por Deus para despertar a
consciência e estimular o entusiasmo dos seus compatriotas na reconstrução do
templo. Ele, junto de Malaquias e Zacarias formam o grupo de profetas
pós-exílicos.
Quando
o interesse pessoal é colocado na frente da obra do Senhor, a ordem indicada por
Jesus (Mt 6:33) é invertida e isso traz consequências negativas. Dando a
prioridade certa, Deus acrescenta tudo o que precisamos. Porém, quando nosso
interesse pessoal vem em primeiro lugar, os recursos são dissipados, o alimento
não alimenta, o salário não é suficiente, a seca se abate sobre tudo (Ed
1:5-11).
Atualmente
vemos muita negligência com a oração, com a leitura da Bíblia, o dízimo, o
testemunho e a frequência à igreja. Os crentes estão interesseiros, querendo as
bênçãos, mas dando muito pouco valor à consagração, ao serviço, à
espiritualidade.
A
função principal de Ageu era estimular o povo a trabalhar. Ele diz: “Sê forte,
trabalhai, não temais” (2:4,5). Alguns deles tinham saudades do antigo templo,
mas a voz profética anunciava que a glória do secunda casa seria maior que a
primeira (Ag 2:7-9). Hoje encontramos muitas pessoas na igreja desanimadas e
sabemos que quem não trabalha dá trabalho. Talvez a maior parte dos esforços e
do tempo de pastores e liderança seja para convencer os crentes a fazer a parte
deles. Gente desanimada, sem foco, mais envolvida com o trabalho secular, a
família, os afazeres pessoais, requerem visitas, aconselhamento, atenção que
poderia estar sendo investida naqueles que ainda não se converteram.
O
Senhor fala através de Ageu que o povo não estava sozinho. A presença dEle os
acompanharia (Ag 1:13; 2:4). Deus nunca pede que façamos a obra sozinhos ou por
nossas próprias forças. Ele garantiu a sua companhia a todos os servos que
chamou: Moisés (Ex 3:12); Josué (Js 1:5); Gideão (Jz 6:16); Jeremias (Jr 1:8).
Jesus, antes de ser elevado às alturas garantiu aos seus discípulos: “estou
convosco até a consumação dos séculos” (Mt 28:20). Sabemos que conseguiremos
realizar a obra do Senhor porque Ele está conosco sempre.
Se,
por um tempo, Deus reteve as bênçãos, pois o povo estava com outros interesses
e abandonou a obra do templo, Ele promete abençoa-los com a conclusão das obras
(Ag 2:19-23). Quando somos obedientes ao chamado do Senhor e nos dedicamos a
realizar o que é prioridade, os resultados são sempre positivos (Dt 28:1-14).
Hoje temos muito a fazer, o Evangelho precisa ser anunciado a toda criatura,
precisamos nos aprofundar na Palavra, nos dedicarmos à oração e consagração.
Todo esforço que fazemos na obra é uma benção, nada será em vão (1Co 15:58).